Urbanismo de SP dizimou a herança da arquitetura colonial

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Por: O Estado de S. Paulo

Henrique de Carvalho*

Bairros centrais, como Sé e República, têm suas idades médias em 1965 e 1966, respectivamente. Até os anos 1930, eles eram uma mistura típica de resistentes ocupações em estilo colonial, mais simples, e edifícios de proporções variadas feitos ao modo neoclássico, herdeiros da escola perpetuada pelo grande escritório de Ramos de Azevedo.

O resultado que temos hoje é uma herança colonial dizimada – e muita coisa neoclássica também –, para dar lugar aos edifícios modernistas dos anos de ouro da arquitetura modernista em São Paulo, entre 1950 e 1960, estendendo sua produção mais ostensiva até perto dos anos 1970, quando a construção de grandes edifícios migrava para a região da Avenida Paulista e dali para a Brigadeiro Faria Lima.

A constatação estatística de São Paulo ser, na maioria, dos anos 1970, é curiosa. Tal década veria o crescimento da cidade acontecer em dois destacados sentidos.

Um deles demonstra o crescimento da produção industrial e do comércio de mercadorias, apontado estatisticamente rumo à zona norte, pelos bairros Brás e Pari, marcadamente do ano de 1974. O outro é apontado por Santa Cecília, Consolação e Bela Vista, que se expandem mais lentamente.

Então vem o fim do sonho da razão. O fim do moderno. Era o início do fim de todo um movimento já desgastado internacionalmente, de um sonho que vinha sendo adiado e não mais se realizaria de fato, mas apenas de foto.

O modernismo tardio dos prédios desse período, ainda que expressivo, seguirá caminhando para o esvaziamento do sentido da massa construída e culminando no empobrecimento estético das construções a partir do início dos anos 1980, quando incorporadores tomaram de vez a paisagem das mãos dos arquitetos.

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