‘Vaquinha virtual’, financiamento coletivo chega ao mercado de imóveis

O financiamento coletivo, espécie de “vaquinha” virtual usada principalmente para viabilizar projetos culturais a partir de campanhas pela internet, chegou ao mercado imobiliário brasileiro.

Depois do lançamento do site brasileiro Urbe.me, o britânico Bricksave também abriu para os brasileiros a possibilidade de investir em imóveis comprando frações de empreendimentos.

Pelo Urbe.me, o investidor pode aplicar até R$ 1.000 e há imóveis na planta. O dinheiro fica imobilizado entre três e seis anos, tempo suficiente para que o projeto fique pronto e se valorize antes da venda.

Caso ao fim desse período os imóveis estejam encalhados, o Urbe.me devolve o dinheiro do investidor corrigido pela Selic (taxa básica de juros da economia).

O site já tem um segundo imóvel para financiamento. O empreendimento residencial fica em Porto Alegre, e a expectativa de Paulo Deito, fundador do Urbe.me, é captar R$ 2,4 milhões.

O primeiro edifício, em São Paulo, foi lançado em 2015. Erguido pela construtora Vitacon, contou com 144 investidores, que desembolsaram cerca de R$ 1,3 milhão.
exterior

O site britânico Bricksave, que é especializado no mercado de luxo internacional, permite investimentos de R$ 9.000 (US$ 2.500) em imóveis em Miami e em Nova York, nos Estados Unidos.

Quem escolhe a companhia inglesa fica com o dinheiro aplicado até o imóvel se valorizar 20% ou após quatro anos, tempo médio de maturação do negócio. A empresa informa que o retorno costuma ficar entre 8,3% e 12%.

Até agora, cinco imóveis foram financiados pelo Bricksave. A companhia contou com 114 investidores, a maior parte da Argentina.

Segundo Sofia Gancedo, diretora de operações da Bricksave, o financiamento coletivo torna os investimentos mais acessíveis e baratos a pequenos aplicadores por reduzir o número de intermediários na operação (não é necessário lidar com corretores).

CUIDADOS

Apesar de sites como esses promoverem uma simplificação e uma democratização dos investimentos, o professor Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper, sugere cautela com a novidade.

Em sua avaliação, o mercado brasileiro tem opções melhores para o pequeno investidor. Um fundo imobiliário, por exemplo, permite investimentos similares aos dos sites que oferecem o financiamento coletivo, segundo Viriato.

Para ele, os fundos imobiliários têm ainda a vantagem de oferecer mais liberdade para sacar o dinheiro em caso de necessidade. Além disso, contam com um gestor profissional, encarregado de identificar as melhores oportunidades no setor.

Segundo Viriato, a regra que os investidores devem seguir sempre é diversificar para minimizar os riscos.

Fonte: Folha de São Paulo

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