Não foi amor à primeira vista. Quando decidiu comprar seu apartamento, há oito anos, no Brooklyn (zona sul de São Paulo), o atuário Mateus Pena, 33, não encarou o fato de a piscina e a churrasqueira do prédio ficarem na cobertura como decisivo para fechar o negócio.
Mas, com o passar do tempo, tomou gosto. “Por causa da localização da piscina, sempre tem sol, além de a vista ser bonita”, diz.
Hoje, uma nova safra de prédios como o de Mateus está chegando ao mercado.
Um deles é o Follow, da Gafisa, também no Brooklin. Além de uma piscina com borda infinita, a cobertura abriga academia e sala para ioga e lutas. A empresa recebeu sugestões de itens que poderiam ser incluídos no projeto por meio de uma campanha em uma rede social.
“Foram citados muitos itens de lazer e sempre se falou em lazer na cobertura”, conta Octávio Flores, diretor de incorporação da Gafisa. “É uma característica desejada e foi muito bem aceita pelas pessoas que visitaram o prédio”, acrescenta.
Já a construtora MAC optou por instalar o combo piscina-mais-salão de festas na cobertura do empreendimento High Cosmopolitan Garden, que fica no Campo Belo. Os apartamentos variam de 33 m² a 58 m².
Segundo Ricardo Moraes, gerente comercial da MAC, a ideia do projeto era se destacar da concorrência. “Sem essas características, seria só mais um na região.”
O prédio também tem um espaço com lareira, quadra de tênis e um jardim suspenso. Ainda assim, os destaques são a cobertura e a vista de 360 graus, diz Moraes. “É decisiva para a compra.”
Responsável por ao menos 20 projetos com área de lazer na cobertura, o arquiteto Jonas Birger, fundador do escritório que leva seu nome, diz que optar por esse arranjo depende muito do local e do entorno do terreno.
“Se o lote fica, por exemplo, em uma avenida barulhenta, rodeado por prédios altos, o lazer no térreo ficaria absolutamente desagradável. Então, naturalmente, proponho fazê-lo na cobertura.”
Há ainda a questão do próprio tamanho do terreno. No caso de um edifício com vários apartamentos por andar, por exemplo, é preciso usar uma grande área do lote, e, dependendo das suas dimensões, não sobra muito espaço para recreação, diz.
Essa situação acaba favorecendo a construção no alto. “Para comportar muitas unidades por pavimento, a laje precisa ser grande. Então, na cobertura há uma boa capacidade de instalação.”
Fonte: Folha de SP – por Bruno Lee