Permuta de imóvel cresce, mas exige muita paciência

 

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Usar um imóvel como parte do pagamento na compra de outro pode ser um bom negócio, mas requer persistência. “Nunca vi tanta gente querendo fazer isso”, afirma Igor Freire, diretor de vendas da Lello Imóveis. “O problema é achar quem aceite o imóvel na troca.”

Para tentar solucionar esse entrave, a imobiliária incluiu, no último mês de abril, o botão “permutar” em seu site. Agora, quando faz pesquisas, o cliente consegue visualizar as opções que permitem esse tipo de acordo.

A dificuldade de encontrar o “outro lado” nessas transações também inspirou o corretor imobiliário Leonardo Ribeiro, 23, a criar o Permutar.com, uma plataforma on-line para viabilizar a troca de imóveis e veículos.

“Para atender os meus clientes, gastava horas procurando na internet ofertas de imóveis que aceitassem permuta e não achava nada”, afirma. “Daí veio a ideia de oferecer uma ferramenta que otimizasse a busca.”

Ribeiro colocou o site no ar em novembro de 2015, em parceria com o engenheiro João Paulo Trombetta, 22. Hoje, a plataforma conta com cerca de 350 anunciantes de todas as regiões do país.

O foco, porém, ainda é o litoral catarinense, onde mora a dupla. “Estamos aprimorando o portal para, depois, ampliar o marketing para outros locais”, diz Ribeiro.

Por enquanto, é possível cadastrar até cinco anúncios sem pagar. “Não nos envolvemos na negociação. O ideal é que o usuário contrate um corretor para garantir uma relação de ganha-ganha.”

TROCA SEM TROCO
Quase sempre, uma quantia em dinheiro é importante para tornar a permuta viável. “Muitas vezes, o proprietário não quer receber um imóvel como pagamento, mas a parte à vista o convence a fechar negócio”, diz Rafael Castro, diretor comercial da J.A. Imóveis, em Campinas (SP).

Em 2016, 75% das operações da imobiliária envolveram permuta. “O trâmite é mais complexo, pois encaixamos duas vendas numa mesma operação”, explica.

Isso significa que, na troca, os dois lados pagam comissão ao corretor. “Trata-se de uma transação bem trabalhosa, porque temos que fazer visitas a cada imóvel e negociar os valores com os dois lados”, complementa Igor Freire, da Lello.

Em maio deste ano, a química Juliana Martins, 35, trocou um apartamento de 42 m² por outro com o dobro do tamanho, ambos localizados na zona leste de São Paulo.

“Minha filha cresceu e precisávamos de mais espaço”, diz. “Com a permuta, conseguimos nos mudar para um condomínio de padrão bem mais alto dando apenas metade do valor em dinheiro.”

Apesar de o resultado ter sido vantajoso para a família, Martins conta que o processo foi desgastante. “Depois de mais de três meses de idas e vindas nas negociações, quase desistimos”, afirma.

No outro lado da permuta, estava um casal recém-separado. “Isso dificultou muito as coisas, porque os dois tinham que chegar a um acordo. O corretor teve que fazer várias propostas até que a gente conseguisse fechar um negócio que ficasse bom para todas as partes.”

Esse é o grande desafio da permuta: conciliar as necessidades dos dois lados. “Quando você compra o imóvel, tem mais liberdade de escolha”, diz Flávio Prando, vice-presidente de intermediação imobiliária e marketing do Secovi-SP (sindicato do setor). “Quando faz uma permuta, tem que aceitar coisas que nem sempre agradam.”

Fonte: Folha de SP

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