Falta de crédito e confiança afeta mercado de imóveis

A conjuntura econômica é muito desfavorável ao mercado de imóveis. Não bastasse a recessão que afeta o ânimo dos compradores potenciais, muitas instituições financeiras já não têm recursos provenientes das cadernetas de poupança para oferecer empréstimos para a compra da casa própria. Em alguns casos, os bancos precisam se valer de instrumentos de captação de custo mais elevado, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), o que resulta em prestações mais altas, afugentando os mutuários finais. Essa situação está afetando quase todos os principais agentes de crédito.

A escassez de recursos – quase R$ 54 bilhões saíram das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) entre janeiro e outubro, dos quais R$ 2,8 bilhões no mês passado – é um dos fatores que explicam os dados negativos divulgados há alguns dias pelo sindicato da habitação (Secovi), sobre a Região Metropolitana de São Paulo.

Na capital, as vendas de imóveis novos caíram 13,3% entre agosto e setembro, para 1.392 unidades, e de 50,1% em relação a setembro do ano passado. Ainda que os dados tenham sido agravados pela sazonalidade, pois 2014 foi influenciado pela realização da Copa do Mundo, os números são muito ruins.

Segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio, foram lançados em setembro apenas 1.057 imóveis, queda de 39,9% em relação a agosto e de 74,3% comparativamente a setembro de 2014. Na Região Metropolitana, excluída a capital, a queda das vendas entre os primeiros nove meses de 2014 e 2015 foi de 21,5% (de 11.847 unidades para 9.295). Mas os lançamentos fora da capital, com preços mais baixos, não só reagiram entre agosto e setembro, como a queda foi menor comparativamente a 2014.

No mercado paulistano, a maior demanda é por imóveis de dois dormitórios, típicos da classe média. É fato isolado a reação, em setembro, nos imóveis de quatro dormitórios, segmento onde a liquidez é menor.

O indicador mais positivo foi a diminuição do estoque de imóveis à venda, de 26.195 unidades, menor do ano – o estoque era de 28.118 unidades em maio. Mas a queda do estoque ainda é pequena e revela que o problema do excesso de oferta deverá persistir em 2016.

Não há soluções simples para a retomada do setor. Mesmo que os juros caiam se a inflação ceder e a situação fiscal melhorar, será preciso que os mutuários potenciais recobrem a confiança.

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo

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