Com alta dos juros, poder de compra de imóveis no Brasil já encolheu 20%

Com taxas bancárias maiores e juros elevados, o poder de compra de imóveis do brasileiro recuou 20% este ano. Em conjunto com a desaceleração econômica e a retração de lançamentos das construtoras, a perspectiva é que, em 2016, o cenário seja de poucas vendas e estoques baixíssimos.

“Percebemos que, com a mesma renda de 2014, o comprador do imóvel consegue 20% menos crédito nos bancos. Isso assusta o possível cliente, que ainda vai encarar juros anuais de aproximadamente 12%, ante os 8% praticados ao longo dos últimos três anos”, detalhou ao DCI o diretor de novos negócios da construtora paranaense Construpar, Arnaldo Baptista.

Na visão do executivo, mesmo com o resultado do ajuste fiscal – que promete trazer um fôlego à economia – a retomada da construção é mais morosa, e o equilíbrio deve voltar ao setor apenas em 2020. “Mesmo que em 2017 comece uma retomada da confiança, os imóveis só serão entregues perto de 2020 e, até lá, teremos disparidade entre oferta e demanda em todo o País”, crava.

De opinião similar partilha o corretor imobiliário e consultor do ramo José Alves Dias. “Vimos este ano um cenário bem desafiador. A queda nas vendas dos imóveis deve bater os dois dígitos e o medo de lançar novos empreendimentos é recorrente em todas as construtoras, o que deve esfriar este mercado em 2016”, analisa. Para Dias, no curto prazo, o processo beneficia investidores que estão com dinheiro na mão, e podem comprar imóveis em situação de estoque com condições muito atraentes. “Conheço casos de investidores que compraram imóveis comerciais com descontos de quase 30%”, relata.

Queda nos preços

Para o próximo ano, a previsão do mercado é que os preços sigam em curva de queda, podendo passar dos 6%. “Apesar da redução no preço do metro quadrado, o poder de compra reduzido limita aquisição de imóveis, principalmente, os econômicos”, diz Dias.

A perspectiva de queda nos preços também foi verificada pelo Índice FipeZap, que calcula valores cobrados em imóveis nas 20 principais cidades brasileiras. Segundo o economista Eduardo Zylberstain, coordenador do estudo, o valor nominal dos imóveis pode cair 6,1% no ano que vem. No entanto, em função da resistência dos proprietários em baixar os preços, pode ser que o valor não atinja esse patamar.

Estoque

Para diminuir o impacto das vendas, as construtoras têm investido pesado na venda dos imóveis em estoque – os que estão prontos, mas não foram vendidos ainda. Com esse movimento, uma pesquisa do portal imobiliário RealtON registrou aumento de 30% no comércio desses empreendimentos no segundo semestre.

“Historicamente, sabemos que o último quadrimestre do ano é responsável por cerca de 40% das vendas de todo o ano. Em 2015, não foi diferente – some a isso a promoção de Black Friday e outros descontos e temos um resultado mais positivo no final do ano”, afirmou o diretor comercial da empresa, Bruno Brunard.

Além de atuar com a venda dentro do portal, Brunard lembra que o RealtOn tem um braço de vendas para grandes incorporadoras do País, com operações focadas. “Por isso temos uma boa dimensão do mercado como um todo”, diz ele, lembrando que o avanço nas vendas de estoque foi geral. “Pelos preços mais atraentes e a possibilidade de visitar a unidade, conhecer acabamentos, o imóvel de estoque passou a ter um apelo maior entre os consumidores”.

No próximo ano, a partir do segundo semestre, a previsão do executivo é que haja uma melhora no quadro geral do setor: “Mas dependemos muito dos rumos que a política e a economia irão tomar no início de ano”, ressalta ele, lembrando que isso será o termômetro para medir como será 2016.

Fonte: DCI

Krisos Imobiliária, seu lar é o nosso negócio!

Esta entrada foi publicada em Dicas da Krisos, Notícias do mercado. Adicione o link permanenteaos seus favoritos.

Os comentários estão encerrados.