Aluguel residencial recua 2,2% em SP em 12 meses

Resultado de imagem para imóveis locação
O valor dos novos contratos de aluguel residencial na cidade de São Paulo manteve a queda em julho, na contramão do avanço do índice de inflação mais usado no reajuste desses contratos, que segue na casa de dois dígitos.

Nos 12 meses encerrados em julho, os preços dos novos contratos tiveram retração de 2,2%, de acordo com dados do Secovi-SP, sindicato do setor imobiliário. No mesmo período, o IGP-M —conhecido como “inflação do aluguel”— acumulou alta de 11,63%, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas). Esse percentual será aplicado aos contratos de aluguel com aniversário em agosto.

No ano até julho, a queda do valor de contratos novos é de 1%, ante alta de 6,09% do IGP-M no período. Na prática, isso significa que está mais barato alugar um apartamento novo em algumas regiões do que renovar o antigo, se o reajuste do contrato se der pelo IGP-M.

Na cidade de São Paulo, os menores valores de metro quadrado para aluguel em julho foram registrados em bairros como São Mateus, Sapopemba e Itaim Paulista, na zona leste. Isso vale tanto para imóveis de um dormitório (que incluem quitinetes), dois e três ou mais.

Já os maiores valores são encontrados em bairros como Jardins, Pinheiros e Perdizes, na zona oeste da cidade.

“Algumas regiões mais afastadas nas zonas leste e sul começaram a ver um crescimento pontual do valor do aluguel, com um maior número de inquilinos em busca de preços menores e uma oferta menor de imóveis”, afirma Mark Turnbull, diretor de locação do Secovi-SP.

“Mas há regiões nas quais já existe toda uma infraestrutura consolidada, em termos de qualidade de moradia, transporte público e comunicação. Nelas, o preço tem se mantido. A demanda por esses elementos não costuma diminuir”, complementa.

COMO NEGOCIAR

Quem está com o contrato perto de vencer pode aproveitar a queda do valor médio de locação e negociar com o dono do imóvel, afirma Turnbull, do Secovi.

“Quem comprou um imóvel para renda vai querer um inquilino que dê garantias, pague em dia e conserve o imóvel. Não vai ser por R$ 300 que o proprietário vai abrir mão desse inquilino”, complementa. “Se o locatário tiver essas características, deve conseguir renegociar. Até porque apartamento vazio só dá despesa para o proprietário, que tem que arcar com o condomínio e IPTU do próprio bolso.”

Antes de sentar para negociar, a orientação é pesquisar no próprio prédio para saber se há unidades vazias e quanto custa a locação. Vale também verificar no bairro e região próxima. Se a conversa não evoluir, é sempre recomendado ter alternativas.

COMPRAR OU ALUGAR

O cenário de preço de locação em queda torna mais vantajoso alugar um imóvel do que comprar, diz Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito, site de comparação de produtos financeiros.

“A compra é vantajosa para quem tem pelo menos 50% do valor de entrada, porque permite negociar um valor melhor no imóvel e o desconto pode compensar qualquer juros em vigor na economia”, afirma. Com a taxa básica de juros em 14,25% ao ano, qualquer abatimento maior que esse percentual poderia ser considerado vantajoso para o investidor.

Por exemplo, no caso de um imóvel de R$ 500 mil com entrada de R$ 150 mil. A primeira prestação giraria em torno de R$ 3.500, de acordo com cálculos de Prata. No aluguel, considerando um percentual de 0,5% do valor do imóvel, o inquilino pagaria R$ 2.500.

“Mas tem proprietário que aluga por 0,2% ou 0,3% do valor do imóvel para não deixar vazio. Ou seja, o inquilino poderia pagar R$ 1.500, menos da metade da prestação”, avalia.

Alugar também é a melhor opção para quem veio de outra cidade ou Estado e não prevê ficar muito tempo no local ou mesmo para solteiros ou recém-casados sem planos de filhos no médio prazo. São pessoas que não têm necessidade de morar em um imóvel que preencha todas as exigências de uma residência definitiva, como tamanho e conforto.

Para o consultor de investimentos Marcelo D’Agosto, quem tem o dinheiro para dar de entrada no imóvel deveria investi-lo em uma aplicação financeira. “O rendimento na renda fixa tem sido maior que a valorização do imóvel. Aplicar é uma alternativa mais eficiente do ponto de vista financeiro do que comprar”, diz.

Por outro lado, quem decidir comprar tem que pesquisar bem a localização e as perspectivas futuras para a região de interesse antes de fechar o negócio, complementa.

Fonte:  Folha de S. Paulo

DANIELLE BRANT

Esta entrada foi publicada em Dicas da Krisos, Notícias do mercado. Adicione o link permanenteaos seus favoritos.

Os comentários estão encerrados.